Profissional, graduado em jornalismo, ardilosamente preparado para enredar toda a gente incauta com um negro monte de documentos e relatos sórdidos, repugnantes, provocando nos entrevistados desassossego e fortes emoções, tornando-os receptivos aos produtos e às mensagens ideológicas que lhes toca divulgar.
Nota
Em sintonia com o repórter, no que toca à calhordice, mas usando outro tipo de veneno, atua o colunista de fofocas ou colunista social ou cronista... ou coisa que o valha.
Alguns exemplos do quanto conseguem ser frívolos e reles:
“Aviso à Praça: uma ex-primeira dama anda passando cheques sem fundo: duas lojas do Rio — Rabo de Saia e Época — já dançaram. Em R$1.200,00”
(Swan, 22/01/97)
“O mais novo romance da praça envolve um jogador do Flamengo e um conhecido ator de novelas. Eles adoram comida japonesa e amam ritmos caribenhos, tipo salsa e merengue”
(Danuza, 10/10/96)
“De volta ao batente, após um acidente que o deixou um bom tempo no estaleiro, o sempre criativo Régis Rosing emplaca um golaço, em tabelinha com outro criativo craque, o repórter cinematográfico Ederlecy Iamin.
Em tocante depoimento, colhido pela dupla e exibido no Esporte Espetacular, o goleador Jardel confessou ter se viciado em cocaína e implorou uma chance para retornar aos gramados, preferencialmente no Vasco ou no Grêmio.”
(R. M. Prado, 29/04/08)
“Casada atualmente com um empresário, uma ex-modelo tem usado um apart-hotel em Botafogo como cenário de um romântico revival. Encontra-se lá com um conhecido jogador de futebol”
(Zózimo, 4/03/97)
Por falar em colunista, os cadernos e suplementos dos periódicos mais vendidos abrigam muitos desse órfãos de idéias e reféns da bajulação, da trivialidade e do convidativo recurso de bisbilhotar a carta lacrada que os convencionais passam de mão em mão. A panelinha busca, também, impor seus próprios ícones e ídolos de pés de barro. O processo pode vir mascarado de roteiro gastronômico, às vezes reduzido a libelos hipócritas por conta das contrariedades da igrejinha, frequentemente timbrado pela idolatria feminóide ou outra atribuição entre as que habitualmente acodem a alma desvelada do fofoqueiro de plantão.
Vejam o quanto é ilustrativa a pulhice do (a) autor (a) da nota abaixo, pescada em uma coluna do segundo caderno d’O Globo, no ano de 1998 (o recorte está incompleto, mas pelo próprio tema é fácil saber dia, mês e autor):
“Quando ainda se pensava que FH não viria para o enterro de Luís Eduardo Magalhães — com a maioria das pessoas gru-da-das na TV achando que o presidente deveria vir, sim —, foram dignos de nota a pausa, o olhar e o tom de Lillian Witte Fibe, ao se despedir dos telespectadores do Jornal da Globo.
Um momento antológico — mais um — de Lillian na TV.”
Que nojeira! Que desfrute! Nem que fosse a ressurreição de Cristo!
Rogério Barbosa Lima
Quero ver o que você vai falar da minha profissão, rsrsrsrrs. Ainda bem que tenho várias. Se precisar, mudo.
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