O que nunca foi dito com franqueza sobre as profissões


Profissão é o estado, condição social, papel de um indivíduo que exerce um emprego, ofício ou arte como meio de vida ou ocupação habitual, na qualidade de subordinado ou por conta própria e visando algum tipo de reciprocidade.

Da mesma forma, chama-se profissional uma pessoa que já tem inveterados certos hábitos ou vícios, a saber: “Bêbado profissional”, “Chato profissional”, Ladrão profissional”, “Puxa-saco profissional” e por aí vai.

“Profissão de fé” é uma declaração pública que alguém faz de suas opiniões políticas ou sociais.

É esse sentido lato — que privilegia a rotina, o hábito, a prática usual e metódica de um mister — que adotamos aqui para designar as profissões e as atribuições que a certas criaturas toca cumprir por escolha própria ou pelas inconstâncias da fortuna.

Não estranhe, pois, o leitor encontrar arrolados entre os tradicionais ofícios fabris e as artes criadoras alguns modos de vida cuja inclusão possa parecer inapropriada. É que — pela carga semântica, pelo poder evocativo que têm — seu agente os acolhe de forma tão pacífica e os protagoniza com tão inexcedível zelo, que não podem ser considerados como simples passatempo.

domingo, 8 de fevereiro de 2009

POLÍTICO

Especialista em obter voto dos pobres e fundos dos ricos, prometendo a cada grupo defendê-lo contra o outro.

Comentário

        O nome agora me escapa, mas um congressista ainda era criança, e os pais, indecisos quanto ao seu futuro, arquitetaram um plano: deram-lhe uma maçã, um livro de orações e uma nota de cem cruzeiros — símbolos, respectivamente, da agricultura, do sacerdócio e dos negócios bancários —, para ver qual escolheria. O maganão comeu a maçã, guardou o livro na gaveta e meteu a nota no bolso. Concluíram então que o pirralho já havia nascido político.
        Para ser político, não são exigíveis graduação em curso profissionalizante ou diploma de qualquer natureza. Basta a inclinação para a vagabundagem. O político é um desocupado, um finório, sem carteira profissional, que tem como finalidade ganhar a eleição e permanecer o maior tempo possível no cargo, utilizando, para isso, o conchavo, a adulação e a lisonja, para não dizer coisa pior. O homem honrado que pretendesse servir a um líder não se salvaria, já que não se prestaria à adulação nem às tretas e manhas do ofício. E provocaria, ao mesmo tempo, a inimizade dos inimigos do líder e a inveja dos amigos
        Não sendo, pois, uma profissão e não sendo possível abraçar a política e permanecer honrado, resta ao eleito a pecha de FDP e a escolha de ser “nosso” ou “deles”.
        Dizem que há políticos honestos, mas que não se identificam para não ficar de fora se pintar um bom negócio.
        Sobre essas inclinações e peripécias, rola na Internet uma piadinha esperta, segundo a qual a única diferença entre o político e o ladrão é que o primeiro a gente escolhe, e o segundo escolhe a gente.
        Nos bancos do Parlamento, só é possível estabelecer a diferença entre os homens incapazes e os capazes de tudo. Apenas capazes não há.
        Ademais disso, considerando que, de um modo geral, quando logramos um tento criamos um inimigo, para ser popular a pessoa precisa ser medíocre, mais uma balda a embaciar a condição de parlamentar. O que parece haver lá nos subterrâneos do Congresso, em contrapartida, é uma boa escola de malandragens, perfídias e corrupção, onde os participantes vão acumulando conhecimento específico na arte da falácia e da chicana.
        O pior disso tudo é quando os cínicos se esguelam convulsos na defesa de uma “causa” (há bobalhões que se impressionam com esses arroubos brejeiros). A “causa” dessa gente começa com um movimento, vira um negócio e, finalmente, degenera em uma quadrilha.
        Quase ia me esquecendo dos “Senhores Não-sei-o-quê”, com sua candura velhaca... aqueles que em uma urna de alabastro deixaram de uma vida sem nome ociosa memória... Nada disso! Incensados pelos simplórios, sua fama corre o mundo até hoje, com sugestivos epítetos: “Senhor Coerência”, Senhor Diretas”, “Senhor O-cacete-a-quatro”. Passaram a vida fazendo média nos palanques, cochichando nos corredores, sendo tratados a pires de leite, e ainda são reverenciados por obras e conquistas que ninguém sabe dizer quais... Quero eu saber o número, o nome, o apelido de uma lei de sua lavra, que beneficie a população... Cinquenta anos servindo a todos os senhores, acumulando benesses, gordos proventos, vantagens que a imensa maioria dos trabalhadores sequer ouviu falar delas, e... a montanha pariu um rato. O Aarão Steinbruck pelo menos descolou um décimo terceiro salário pro pessoal.

        Um capítulo à parte merecem os PTelhos.

        O PETISTA é um cara que prefere ser amigo dos trabalhadores a ser um deles.
        O PETISTA é um ocioso, vadio, falto de diligência, preguiçoso, de índole negativa e traiçoeira, que não faz nada de produtivo para sua comunidade, tal como o atual presidente da República, mais a chefe da Casa Civil, mais o Ministro do Planejamento e os demais membros deste desgoverno paternalista, sindicalista, senvergonhista.
        O petista militante, dirigente, é um baderneiro iletrado e inescrupuloso, com aversão ao trabalho, sempre de olho numa vaga de dirigente, conselheiro, tesoureiro, nos polpudos salários e comissões, numa contrapartida qualquer, para fazer as únicas coisas que sabe: atirar pedra em vidraça, cagar regra e repetir as lições da cartilha.
        O petista simpatizante é meramente um sujeitinho tapado e/ou um beneficiário de uma bolsa qualquer. O vulgo tem todas as idéias equivocadas. Dirigem-no com milagres, com as mais grosseiras patranhas, por pouca aparência que tenham de verdade.
        Convenhamos que tudo isso produz uma dependência funesta.
        A camarilha conseguiu, até agora, convencer a plebe ignara de que é diferente dos “aproveitadores capitalistas”, da “burguesia elitista”, prometendo sepultar estes para instaurar uma sociedade “justa, fraterna, cooperativa”.
        O tempo vai passando e o que vemos por aí de elite — no sentido pejorativo — são eles mesmos, us cumpanhêro, ocupando todos os cargos políticos e administrativos com poder de decisão, dominando tudo, graças a dólares nas cuecas, mensalão, que, afinal de contas, políticos todos são; os de lá e os de cá.
        Esse resultado era previsível por qualquer pessoa mais ou menos inteligente, pela Justiça Eleitoral, pela mídia e até pelas Forças Armadas, mas ninguém se manifestou a tempo, o que legitimou o clima de delinquência e alienação do qual a corrupção e a incompetência são apenas os sintomas mais visíveis e notórios.
        “Elite”, segundo os dicionaristas, é o escol de uma sociedade, a minoria mais apta, o que há de melhor em cada área, nas artes, na ciência, objetivo buscado e alcançado por mérito, talento e empenho. Pertencer à elite — esta elite — é honroso e não pecaminoso. Esta elite, todavia, se queda inoperante, em parte por omissão mesmo.
        O petista mais graduado, se é que podemos chamar assim, é, quando muito, um sujeito com diploma de supletivo, que entrou, já maduro, por conveniência e pela janela, num vestibular sem concorrência, para uma baiúca dessas que mantêm cursos de Ciências Sociais, Geografia, etc., na base do “Pagou, passou”, e vai praticar sua charlatanice em palestras de araque, reuniões e conselhos de barbudinhos engajados, e cujo diploma o habilita para um cargo comissionado num ministério existente ou a ser criado.
        O presidente dispensou o disfarce das vestiduras universitárias por que já conseguiu o que queria e não sabe ler direito, sem falar que é indolente profissional e apedeuta convicto, pregando, às escâncaras, o obscurantismo como “reserva intelectual das classes oprimidas e tônico revigorante da causa revolucionária”.
        O que resulta de toda essa mixórdia é a pandilha que todo o mundo esclarecido conhece e condena: safadezas em todos os segmentos, até no STF “da casa”, o emudecimento da imprensa em troca de isenções e imunidades tributárias e nós, ó! Os simpatizantes também se ferram, mas a burrice os impede de perceber, ou são masoquistas, sei lá!
        Sabemos que se trata de gente desqualificada, intelectualmente desprezível, moralmente condenável que, entre outras barbaridades, compactua com invasão de terras, desaforos de governantes patifes e psicopatas de países vizinhos, Farcs e fóruns de todos os calibres e inclinações. Conhecemos os membros da quadrilha que nunca se desfez, que roubava, sequestrava, atirava bombas em lugares públicos e assassinava gente inocente. Todos continuam por aí, rodeando o sapo barbudo, sem que se possa dizer quem é o manda-chuva.
        São a elite da vez, no pior dos sentidos
        Vá lá que os beneficiários das bolsas e os cretinos empedernidos continuem votando nessa gente, mas será que ainda (ou já) são 51%?
        Infelizmente, acho que sim.

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