O que nunca foi dito com franqueza sobre as profissões


Profissão é o estado, condição social, papel de um indivíduo que exerce um emprego, ofício ou arte como meio de vida ou ocupação habitual, na qualidade de subordinado ou por conta própria e visando algum tipo de reciprocidade.

Da mesma forma, chama-se profissional uma pessoa que já tem inveterados certos hábitos ou vícios, a saber: “Bêbado profissional”, “Chato profissional”, Ladrão profissional”, “Puxa-saco profissional” e por aí vai.

“Profissão de fé” é uma declaração pública que alguém faz de suas opiniões políticas ou sociais.

É esse sentido lato — que privilegia a rotina, o hábito, a prática usual e metódica de um mister — que adotamos aqui para designar as profissões e as atribuições que a certas criaturas toca cumprir por escolha própria ou pelas inconstâncias da fortuna.

Não estranhe, pois, o leitor encontrar arrolados entre os tradicionais ofícios fabris e as artes criadoras alguns modos de vida cuja inclusão possa parecer inapropriada. É que — pela carga semântica, pelo poder evocativo que têm — seu agente os acolhe de forma tão pacífica e os protagoniza com tão inexcedível zelo, que não podem ser considerados como simples passatempo.

sexta-feira, 10 de abril de 2009

BIÓGRAFO

Jornalista badalado ou não que, esporadicamente, incursiona pela literatura e, descurando das pesquisas, espetaculariza informações sobre as tias suricas da vida.

Comentário

        Em conluio com editoras íntimas do Jaboti e estimulados por polpudos incentivos provenientes da Lei Rouanet, contratam, por três réis de mel coado, um batalhão de estagiários que, por conta das migalhas que recebem e do notório despreparo, negligenciam as pesquisas, sob a proteção indiferente dos contratantes, pouco interessados estes na confiabilidade dos depoimentos e até na contextualização da trama, mas muito atentos às tabelas e estatísticas de venda.
        O leitor afeito à cartografia engole e considera definitivo qualquer registro estatístico produzido por essas celebridades jornalísticas, sobretudo quando exaltadas por coleguinhas bajuladores, particularmente os responsáveis por colunas publicadas em cadernos e suplementos dos periódicos “mais vendidos”.
        A confraria do espetáculo precisa navegar a todo vapor. Sic transit gloria mundi.


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